(Des)construção!

Desconstrução! A temeridade relacionada a esta palavra está também relacionada com o resultado que surge de sua consequência - o desconhecido! Sim, pois será que realmente não construímos ao desconstruir? Será que nos deparamos com uma manifestação do 'nada'? Cada vez mais, parece que não...

Crise mundial, 2013, cataclismas, fim-do-mundo, guerras, epidemias, fim-do-mundo, ecosistemas, ecocultura, economia, fim do fim-do-mundo... Em verdade, vemos e viemos da sobreposição de catástrofes, e nenhuma delas foi insuperável...

Acidez pela dimensão corrosiva extraída das dimensões mais radicais constitutivas da busca pelo encontro de uma natureza humana, licergia pela dimensão atemporal da HIPER-REALIDADE frenética e esquizofrênica da sociedade contemporânea, ambos condicionados e sufocados por uma realidade hipócrita e dissimulada - cínica por excelência! -, porém prontos para enfrentá-la e olhando-a nos olhos, mergulhar em sua essência de maneira a não sermos mais os mesmos...

Mas quais as verdadeiras questões por trás das ações humanas? Será mesmo o homem capaz de oferecer o que esperamos dele?

Será que VOCÊ é capaz? O quê você sabe sobre si mesmo?

O quê VOCÊ sabe?

Seja Bem Vindo!

SiD ÁciDo &
Lesérksikos

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Caras Escrotos, Garotas Legais...

Desta vez serei ignorante... Me permitirei esta condição desta vez! Não quero fundamentar, não quero envolver meu raciocínio rigorosamente lógico desta vez... Foda-se! Não analise este texto, apenas sinta-o. Experiencie-o. Permita-se sentir minhas motivações – assim se faz dialética! E aqui é como me apresentarei!

Essa constante que perpassa minha existência – por quê?!?! Caras escrotos, garotas legais... Garotas escrotas, caras legais... De novo e denovo...

Eu não quero saber o por quê disto – minha questão aqui não é neste sentido. A pergunta vem como indignação! Como se fosse capaz de dissolver esta dimensão dos relacionamentos interpessoais, como o martelo de Nietzsche que denuncia os farelos integrados na composição desta sociedade hipócrita e fudida desde o primeiro grunhido. Porém serei infinitamente mais raso... Por quê, porra!!!

Vejo a vontade de viver em olhos doces e sensíveis à arte, à beleza do mundo, à uma consciência sobre o coletivo e à dois milímetros de distância, um verme raquítico sempre pronto para tapar-lhe o sol e destruir suas perspectivas mais doces e sublimes, apenas por medo e insegurança sobre sua própria existência. Morram todos! Parasitas personais! São coitados ou opressores! São ratos ou sacerdotes! São aquilo que nem mesmo os mesmos querem ser – então dissimulam! Preste atenção, D-I-S-S-I-M-U-L-A-M.

Odeiam a liberdade alheia:' - Como podem não precisar de mim, eu preciso tanto deles'. Então a criticam cotidianamente:' - Vais sair com esta roupa?'(...)' - Bah, estavas muito louco ontem na festa' (…) ' - Aquele casal está se beijando muito ferozmente'. CALA A BOCA, PORRA!!! Vai se tratar e não me enche que eu estou bem!!! Ao meu ver, deveria ser o que realmente importa, não? Não... O que importa é que sinta-se tão constrangida quanto eu a fazer o que queres, pois assim terei convencido alguém de que meu medo da vida é na verdade uma virtude, a etiqueta... Todos aprovariam, não é mesmo? Eu não posso estar errado...

Claro que não. Pois o ápice de sua genialidade está a anos-luz da capacidade de um perú, pois desconhece sua própria essência... Você nunca vai estar errado por que não é capaz de se questionar, de rever suas posições e chegar a novas conclusões, mais compatíveis com as novas experiências que tiveste... Nunca vais estar errado por que tens medo de ter sido um erro deixar de fazer todas aquelas coisas que gostarias de ter feito, mas não pôde por insegurança:' - O quê vão pensar de mim...'

Pois bem, e agora? Isso muda algo? Dificilmente... Conviverei com este tipo de relação até que a morte me separe. Mas cada vez mais parece que este tipo de relação tende a nivelar as pessoas em uma dimensão cuja mediocridade é a regra, e quem não pertence – não por condição, mas por opção – está prejudicado no jogo das relações sensuais...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estupro Cotidiano


Heróis, salvadores, invencíveis e honrados! Todos o são! Cada um deles, em sua época, foi considerado por um grupo considerável de cidadãos como compatível com as características citadas anteriormente. Mas como conseguem isto? A mesma história, se repetindo em frente a milhares de expectadores, COMO CONSEGUEM?!?!
- Não sei exatamente meu amigo – responde um fétido exemplar desta corja, olhando-me com um ar estranhamente compreensivo –, mas sei que quanto mais igual, mais chances terás de que tudo se repita...
- IMPOSSÍVEL! - exclamo com fúria e indignação, me livrando de sua atmosfera complacente hipócrita dissimulada – Não é possível que seja assim tão fácil!
- É assim mesmo...
- Mas como aguentam?!?! Como podem viver com dignidade sendo estuprados por vocês cotidianamente?!?!
- São iguais! - diz meu carrasco...
- COMO?!?!
- Em verdade são iguais meu caro amigo, apenas é uma questão de proporções...
- Do quê estás falando?!?! Não quero admitir que me disseste o que acabei de ouvir!
- Tudo bem amigo, vou explicitar melhor, para que não me interprete mal. Certamente alguém já lhe traiu, de uma maneira ou de outra, sob aspectos dos mais diversos...
- Devo admitir que sim...
- Pois bem! Neste mesmo sentido, certamente já viste alguém se aproveitando de um cargo de autoridade para exercê-la de maneira a preservar seu interesse particular, como uma faxineira que rouba seu patrão apenas por não haver ninguém olhando, ou um professor que não planeja sua aula, apenas por já ter seu emprego garantido por lei...
- São situações bastante comuns em nossa sociedade, certamente...
- Pois bem... Poderia citar aqui milhares de outros exemplos, mas você já deve estar imaginando outras situações, não é mesmo?
- Sim, obviamente que estou... Porém há algo aí que não corresponde...
- Então me diga meu caro – diz-me o sofista por excelência!
- Quaisquer uma das competências que um indivíduo exerça na sociedade, sua corrupção não implica em um dano a um número de pessoas tão elevado quanto o que as competências que você e seus cúmplices causam ao se corromperem!
- Pois bem – abrindo-me um sorriso sarcástico –, como lhe disse anteriormente, é apenas uma questão de proporções...
- Pode ser...
- Concordas comigo agora meu amigo?
- Nunca!
- Mas por quê?
- Você se esqueceu de um detalhe... - digo-lhe como quem retorna das cinzas esfarrapado, mas com um brilho nos olhos digno daqueles que iluminaram as trevas com o brilho de sua mente.
- Impossível...
- Você, seus cúmplices, estes dos quais falamos, todos vocês já estão mortos!
- Não pode ser...
- Ouça, pois somos raros os capazes de dizer-lhe tal coisa! Você e sua corja já estão mortos! Sua relação com o mundo é instrumental, artificial! Vocês estão tão envolvidos com a preocupação de tirar proveito de seu cargo que não perceberam que a sua relação com as pessoas foi se modificando ao longo do tempo... De um lado, começaste a te afastar de quem era próximo para que não descobrissem suas falcatruas... O problema é que essas falcatruas são parte de você, você esqueceu de como é poder ser espontâneo no que se diz e na maneira como se age... Por outro lado, você não quis se aproximar mais tanto de quem viesse a conhecer, pois sabia que precisaria usar essa pessoa em algum momento, e não gostaria de criar um vínculo afetivo, pois isso atrapalharia sua tomada de ação, VOCÊ acabaria exitando seu cretino! E é por isso que você, seus cúmplices, os esperançosos, os corruptos, todos vocês já estão MORTOS! Nunca mais me dirija a palavra, pois não és digno de existir, muito menos de conviver com tamanha limpeza de caráter! Deves viver entre os VERMES, e se desejas empenhar teus esforços em governar vermes, então que o FAÇA!
- Estarei sempre em uma posição de maior prestígio que a sua!
- Sempre estarás chafurdando na lama se comparado a mim e aos MEUS cúmplices! Agora suma daqui e torça para não encontrar-se comigo novamente, pois agora sabes que alguém realmente te conheceu por trás de suas máscaras seu filho da puta!
Depois disso, deito em um parque – minha mente está leve – acendo um cigarro e fico vendo o pôr-do-sol até anoitecer...

domingo, 1 de agosto de 2010

Humilde Humildade

Clama do Ousado Sucumbido

'Oh, humilde Humildade! Invoco-lhe agora! Preciso de seu poder! Estou desesperado... sempre tão fraca, tão simples, tão virtuosa – sua potência dissimulada é o que eu preciso!
Como viver sem você!?!? Amplamente requisitada entre os humanos, sejas minha, e teremos todos! Evidencie minha humanidade, pois me julgam por não tê-la... Retribuirei-te com oferendas das mais diversas, vindas de todos os cantos – ou ao menos de todos os que possuem esta humanidade.'

A virtude do fraco, do verme, do humano por excelência! Diria a maior de todas! A virtude do humilde, o enaltecimento da nivelação do homem pela sua mediocridade, 'assim ele fica mais suscetível a nós' – sussurram os humildes pelos cantos...

E qual sua relação com a verdade? 'Do quê estás falando?!?!', um tubérculo me questiona, transtornado com minha posição. Agindo sempre como um cão, sua cabeça não é mais capaz de enxergar acima, mas apenas à frente e aos lados. 'Bem, todos aqui me parecem ter na humildade uma virtude incondicional...' complementa o anoréxico.

Sejas medíocre em tuas potencialidades, porém, se inconformadamente ousares alcançar os céus, não demonstre sem cautela extrema as experiências vivenciadas por lá – serás imediatamente retaliado até que fiques doente como os humanizados. Ouse e viva entre os fortes, estes terão algo de interessante a lhe oferecer – é o que afirmo!

Esta deusa impetuosa, reivindicando todas as conquistas, impõe-se sob uma aparência de fada, vem se mostrar ao ouvido – 'Submeta-se ou serás sufocado até pedir clemência', diz ela, afastando-se novamente com sorriso leve e divindade sublime. Não! Digo-lhe firme, em pé, olhando-a nos olhos.

Libertar-se desta dissimulada em um consenso de ratos e sacerdotes é para poucos. Manter-se erguido e coerente implica em lidar em uma relação de desigualdade com a maioria das pessoas, pois por diversos motivos que não implicam necessariamente em opções, mais provavelmente em condições, o automatismo do cotidiano - necessidade prática - não permite que olhem para cima, e quando olham, a luminosidade tende a ofuscá-los.

Obviamente não falo aqui de toda e qualquer forma de humildade. Falo apenas da humildade como condição para uma relação interpessoal, a humildade como valor incondicional para humanizar o homem. O problema surge quando estes considerados humanizados – adestrados, na realidade - acreditam que já refletiram o suficiente e tentam condicionar o comportamento a esta única verdade possível, onde o que não está de acordo é extremamente nocivo – senão invejável? Afirmo apenas que tenhamos cuidado com algumas ditas virtudes, pois podem estar fundamentadas em sentimentos não tão nobres como o que é comumente oferecido...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Esperançosa Esperança...

Ah, a esperança... Tão enaltecida como se fosse uma virtude, uma atitude grandiosa! Incrível relação que esta nobre tem com a humanidade, enrolada em seu vestido branco, saltitando por campos verdejantes, cativando sua busca... E nós, embriagados com nossas próprias projeções de possibilidades e prováveis evidências de um futuro promissor nos deixamos levar, como se o preço não fosse a própria anulação de nossas vontades e, consequentemente, da vida como um todo...

Esta maldita dissimulada que nos semeia paixões e nos brinda com um cálice contendo nosso próprio sangue, mais um tempero de alguns anos de vida, e nas conquistas, olhando em nossos olhos com seu escravizante sorriso branco, define bem seu papel proferindo a célebre a frase dos mortos-vivos: Graças a Deus! Foda-se!

Desculpem-me, tentarei ser menos grosseiro... O problema é que ao ver as consequências de uma atitude esperançosa, vejo uma sociedade inteira subordinada a si mesma, e enaltecendo isto! Previno-os aqui de uma possivelmente incontestável posição: A virtude do desespero!

Isto, o desespero, a ovelha negra da família do 'cidadão de bem'. Desesperança não é, e nem deve ser vista como algo descontrolado, ou consequência de um possível distúrbio neural, ou algum caso dramático que leve a perturbações intensas. Des-espero, simplesmente uma atitude de negação do espero, da esperança, que é apenas o substantivo de quem espera: Quem espera tem esperança!... Defendo aqui que o mundo é aqui e agora, e a atitude (ou falta dela...) de esperar é apenas um conformismo disfarçado.

Digo que devemos fazer agora, aqui e daqui para frente, com os pés no chão, e não com a cabeça nas nuvens! Proponho que sejamos mais responsáveis pelas nossas atitudes e que paremos de servir de tapete para a vida, mas que assumamos o controle dela e talvez assim construiremos algo mais interessante para nós mesmos do que acordar em um dia de calor e perceber que nossa vida foi esperar pacientemente uma visita que não foi marcada...